quarta-feira, 30 de março de 2011

CONSIDERAÇÕES

“É PALA O CALANGUEJO...”
Há uma preocupação generalizada em fazer com que o ser humano aprenda a viver de forma criativa à luz das suas próprias experiências, sejam elas más ou boas. Cada vez mais as áreas da filosofia, psicologia, teologia, social e religiosa tem contribuído para uma educação que alia conhecimento e formação do que se considera o direito à cidadania.
*A própria vida e as experiências de que participam a sociedade num todo comunicarão a maneira de perceber e viver a vida.
*Participar de experiências – Instruir pelo exemplo de: valores, convicções, atitudes, comportamento, relacionamento etc...

O mundo foi criado por Deus e nele estamos habitando numa contínua espera por aprender princípios que nos tornem seres melhores, sadios, justos, formadores de uma sociedade melhor, que viva e promova cada vez mais as responsabilidades com os valores morais e sociais nesse tempo para um amanhã ainda mais solidário.
Do ser humano a própria vida, potencialidades e as experiências de que participam: “Durante um passeio no mangue um grupo de alunos de dois anos acompanhado da professora, começou a observar os caranguejos e a se interessar pelo modo como eles caminhavam sobre a lama e escondiam nos buracos. A pedagoga ao saber do interesse da turma em estudar o mangue trouxe um recorte de jornal com uma foto estampada de um caranguejo ameaçado por uma doença que se alastrou por várias regiões do estado. Ao apresentar a reportagem à turma, disse que alguns caranguejos estavam morrendo e que precisavam de cuidados especiais. No dia seguinte, uma das crianças (Caroline, 02 anos) acompanhada pela professora apresentou-se à pedagoga para entregar-lhe algo.
Quando interrogada por que estava ali disse que queria entregar uma moedinha pla complar remédio pala o calanguejo que estava doente”.
A grosso modo, a pouca idade de Caroline poderia representar uma falta de compreensão da realidade. Ao contrário, Caroline manifestou ao seu modo uma consciência social ao preocupar-se com a ameaça de extinção dos caranguejos. A moeda representava para ela a possibilidade de reverter uma grave situação, ou seja, a compra de remédio para o caranguejo, a exemplo do que ocorre na vida dela, seria capaz de transformar a possibilidade de morte em possibilidade de sobrevivência.
A atitude de Caroline ao encontrar a pedagoga foi a de recorrer à alguém que detinha o “poder” da informação e o “poder” de estabelecer um compromisso mais direto com as necessidades dos caranguejos.”(Caderno de Pesquisa em Educação,pág. 116-117, 2005).
Concluo que este gesto de Caroline permite-nos constatar o quanto as crianças desde a mais tenra idade percebem o contexto à sua volta, participam da vida social, interagem com os problemas, propõem alternativas a partir de outros modos de racionalidade e ação. Portanto na condição de outros grupos etários, precisamos formular interpretações sobre a realidade, estabelecendo relação dialógica com o mundo, expressando modos singulares de enfrentar problemas e desafios do cotidiano. Que a exemplo de Caroline, sigamos o seu exemplo como sujeito nas relações sociais.

“Todo aquele que for bem treinado será como seu mestre”.
Podemos buscar um exemplo bíblico para reflexão:
Jesus nos fornece o ponto de partida, escolhendo doze homens “para estarem com Ele” (Mc 3.14). E Suas palavras no texto de Lucas 6.40 completam nossa compreensão.

Fonte: (Caderno de Pesquisa em Educação, 2005);
Márcia Intra – Considerações.

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